Li uma opinião recentemente numa revista acerca
da ridícula falta de autonomia que alberga os nossos “futuros adultos”.
Descreve como a falta de regras em casa afeta a qualidade da relação parental.
A falta de tempo, as correrias da nossa sociedade atual estão a afastar os pais
dos filhos.
Num dia regular, um casal senta-se à mesa para
comer e relaxar um pouco da correria do dia, e o que os espera, os relatórios,
os chefes e os telefonemas que não param de chegar. Se olharmos noutro ângulo
vemos crianças que não comunicam com os seus pais porque estão demasiado ocupadas
com os seus jogos e mensagens nos telemóveis/tablets. Nem se dignaram a pôr a
mesa para não interromper o seu chat! Como podemos viver num mundo assim? Que
desafios foram colocados às crianças sem ser tornar-se “sedentários” de sofá?
Como poderemos esperar um adulto responsável e autónomo se nem foi capaz de ajudar
em casa a sua própria mãe?
Mas isto não é culpa da tecnologia, refere a
autora, “Mudaram-se os tempos mas mantêm-se as vontades”. As crianças continuam
a querer ser livres,” Tal como ontem, também as crianças de hoje querem brincar
sem limites, querem viver na totalidade essa fase que não volta, querem
desenrascar-se de igual forma, testando a sua criatividade, a sua imaginação e
os seus limites”. O que acontece é que não há gestão de tempo nem gestão de
vontades. Os pais não têm tempo para passar com os filhos e quando têm não os
deixam ser livres. Isto porque com tanta informação que passa nas redes
sociais, sobre raptos e violência, os pais têm medo que as crianças se
expressem e saiam “fora de vista”.
Mas afinal como podemos recuperar o espírito infantil?
Aquele que deixa as crianças loucas por subir a uma árvore e desejosas para se
tornarem em adultos autónomos e responsáveis? Precisamos primeiro de gerir o
tempo e fortalecer os laços de pais-filhos, guardar o tempo que é precioso para
passar com as crianças. De seguida, estabelecer regras em casa para desenhar desafios
aos mais pequenos, deixá-los ter o prazer de ver algo conquistado por si,
estamos a criar um adulto com valores morais e sociais. Por último, libertar um
pouco as rédeas porque uma criança é feliz quando é simultaneamente autónoma e
se sente segura.
Sem comentários:
Enviar um comentário