6 de setembro de 2015

Escolher um nome para um filho é fácil, agora educar é mais complicado!

Li uma opinião recentemente numa revista acerca da ridícula falta de autonomia que alberga os nossos “futuros adultos”. Descreve como a falta de regras em casa afeta a qualidade da relação parental. A falta de tempo, as correrias da nossa sociedade atual estão a afastar os pais dos filhos.
Num dia regular, um casal senta-se à mesa para comer e relaxar um pouco da correria do dia, e o que os espera, os relatórios, os chefes e os telefonemas que não param de chegar. Se olharmos noutro ângulo vemos crianças que não comunicam com os seus pais porque estão demasiado ocupadas com os seus jogos e mensagens nos telemóveis/tablets. Nem se dignaram a pôr a mesa para não interromper o seu chat! Como podemos viver num mundo assim? Que desafios foram colocados às crianças sem ser tornar-se “sedentários” de sofá? Como poderemos esperar um adulto responsável e autónomo se nem foi capaz de ajudar em casa a sua própria mãe?
Mas isto não é culpa da tecnologia, refere a autora, “Mudaram-se os tempos mas mantêm-se as vontades”. As crianças continuam a querer ser livres,” Tal como ontem, também as crianças de hoje querem brincar sem limites, querem viver na totalidade essa fase que não volta, querem desenrascar-se de igual forma, testando a sua criatividade, a sua imaginação e os seus limites”. O que acontece é que não há gestão de tempo nem gestão de vontades. Os pais não têm tempo para passar com os filhos e quando têm não os deixam ser livres. Isto porque com tanta informação que passa nas redes sociais, sobre raptos e violência, os pais têm medo que as crianças se expressem e saiam “fora de vista”.

Mas afinal como podemos recuperar o espírito infantil? Aquele que deixa as crianças loucas por subir a uma árvore e desejosas para se tornarem em adultos autónomos e responsáveis? Precisamos primeiro de gerir o tempo e fortalecer os laços de pais-filhos, guardar o tempo que é precioso para passar com as crianças. De seguida, estabelecer regras em casa para desenhar desafios aos mais pequenos, deixá-los ter o prazer de ver algo conquistado por si, estamos a criar um adulto com valores morais e sociais. Por último, libertar um pouco as rédeas porque uma criança é feliz quando é simultaneamente autónoma e se sente segura.


Autoria: Ana Filipa Isidro

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