Li no outro dia,
por Ellen Wittlinger, escritora americana de 66 anos, que “Quando há um elefante na sala, não se pode fingir que não está lá e
discutir apenas as formigas”. Demorei algum tempo a perceber a questão e
acho que todos os dias percebo mais um pouco do seu todo. O quão importante é
para que estejamos bem.
Vivemos, todos os
dias, uma infinidade de situações, por isso, umas vezes de propósito, outras
sem nos apercebermos bem, vão aparecendo elefantes. Assim! Sem pedirem licença
ou sem que alguém lhes queira pegar. Eles surgem! Numa conversa, no trabalho,
enquanto corremos para apanharmos o autocarro, quando dormimos e encontramos o
que já não queremos ver… Aparece um elefante!
Ninguém lhe liga e
todos fogem dele, ignorando o quão grande é, fingindo-o pequeno; ignorando que
tem cor e forma, fazendo-o transparente; ignorando que está lá, passando-lhe
por cima. Tudo isto, enquanto se fala de formigas, ou seja, de coisas pequenas
e insignificantes quando postas ao lado do nosso elefante (vulgarmente chamado
de tabu, de assunto difÃcil, de “não é nada”).
Mas o que nós
ignoramos é também o facto de que este elefante não nos larga: persegue-nos por
todos os recantos, exigindo que lhe demos cor e forma, pelo menos, uma vez. Pede
que falemos dele. Que lhe toquemos (mesmo sabendo que isso nos pode custar e
magoar). E, só aÃ, quando todo ele tiver sido bem discutido, é que nos irá
largar. Deixando ou não algumas pegadas para que não o esqueçamos
completamente, acaba por partir.