10 de agosto de 2015

O que é isso de CULTURA? (Parte II)

  
Pensamos que uma pessoa deve ter a noção que pelo mundo fora há e sempre haverão muitas outras culturas diferentes da sua própria. Se nós formos viajar para algum sítio diferente onde conhecemos novas pessoas e maneiras de pensar, desenvolvemos a nossa cultura pessoal, trazemo-la para a nossa sociedade e partilhamo-la com os nossos amigos, esse tipo de conhecimento é a nossa cultura pessoal. Portanto é tão importante presenciar a cultura como é vivê-la e criá-la nós mesmos. Ler sobre o Mosteiro dos Jerónimos não terá a mesma experiência do que ao visitar este monumento histórico, as duas atividades complementam-se uma à outra mas não se substituem. Existem também atividades como peças de teatro e concertos que são muito mais entusiasmantes de ver ao vivo do que num vídeo, que poderá nem estar disponível por razões legais. 
Qual é então o verdadeiro problema cultural? Será que a tal cultura é realmente aborrecida, muito cara e erradamente publicitada de maneira a que nós jovens não temos como a alcançar? Ou será que nos estamos a habituar demais a ficar em casa onde temos o que achamos ser suficiente e por isso sair da nossa zona de conforto não vale a pena?
Muitos jovens não se sentem impulsionados em obter mais conhecimento. Talvez isto seja um novo tipo de crise que deixamos à mercê dos indivíduos que a sofrem. "Se ele quer estar no quarto dele o dia todo, deixa-o estar!"
É indubitável admitir que uma larga percentagem dos jovens mesmo que não sempre, tende a restringir o seu contacto com cultura por escolha própria, ou seja quando dado a liberdade de escolha, muitos decidem a procura do prazer hedónico ao envolvimento "íntimo" com a cultura, não que o seu equilíbrio ou convivência seja impossível, pelo contrário. Mas a falta de sentido de obrigação ou necessidade criada talvez pela inexistência de prazer ou contentamento instantâneo pode levar a divisão entre o jovem e a cultura, no entanto tudo que nos rodeia integra um ciclo de influência entre si e a falta de interesse na procura da cultura pode ser parcialmente justificada pela dificuldade de acesso a mesma.
Outro problema é a centralização, sendo que existe uma grande predominância de eventos culturais na zona de Lisboa e na zona do Porto. Portanto, uma maior aposta na descentralização de eventos culturais, uma maior diminuição no preço dos transportes públicos e uma baixa de preços em eventos e locais de cariz cultural (através da diminuição do IVA no preço, por exemplo) facilitaria o acesso à cultura por parte dos jovens.
Tememos então que a questão do acesso dos jovens à cultura não tenha uma resposta conclusiva ou pelo menos completa, no entanto existem sempre boas ideias e práticas que vão ao encontro da mesma, desde o despertar do interesse para a cultura pela enumeração da sua importância e impacto direto no futuro de um jovem nos media populares entre a sua comunidade, a usufruição de oportunidades únicas de expansão cultural como por exemplo o dia da juventude que será comemorado na próxima quarta-feira dia 12 de Agosto e a criação de uma aplicação de telefone que contenha um aglomerado de websites e pontos de acesso a cultura e informe o mesmo sobre eventos actuais em si enquadrados.
Acreditamos então que o primeiro passo na procura da cultura, por mais irónico que seja, é deixar de falar da mesma e começar a vivê-la.

Post de autoria colectiva: Carolina Castro, David Clemente, Diana  Flor Matos e Manuel Magalhães (Jovens do Tema 3)

Fonte imagem: http://desconversa.com.br/sociologia/resumo-cultura/

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